6 de set. de 2021

A materialidade

Você que alheio de ti
Transa incessantemente com a matéria
Busca na carne
O que o espírito lhe tirou

Os olhos estão por cima
Os olhos são externos
Os olhos são extremos
Os olhos são possessos

Consegues enxergar todo este mundo exterior
Mais cegas sua visão interna e nada consegues ver
Fecha os olhos por um minuto e faça contato contigo mesmo
Há uma miríade de formas e modos que desconheces

As mãos alimentam seus desejos
As mãos são externas
As mãos são extremas
As mãos são a arma da possessão

Consegues tocar o que te foi dado,
Sem ter que usurpar o alheio?
A carne que compraste te sai caro...
Pois tem um valor em dinheiro...

A boca é faminta
A boca é externa
A boca é extrema
A boca reclama e clama

Pedes com emergência, sem ciência de causa...
No entanto aquele que te ama te dá em silêncio!!!
Pois muito da luta, não exige um alto rogo
Um sussurro já vale por um entendimento

Os livros são silenciosos
E muitos te falam em segredo
E a sós...
Muita ciência é oculta
No entanto cultivam ainda bons ensinamentos
Guarda-te, no entanto, de ler o que é bom
E a busca lhe trará sempre uma resposta final em casos de dúvidas