12 de nov. de 2012

A rocha


Eu falei à pedra
E ela me respondeu...
No silêncio lúgubre do vazio
Uma atenção tão solicita
Que humano nenhum seria capaz de representar
O ar lhe batia na fronte
E ela se punha a assoviar
O tempo mudou, mudo, a chuva caiu
Forte e torrencial!
E nem mesmo a tempestade afastou sua companhia de mim
Coisa que humano nenhum seria capaz de representar
Veio o sol árduo e lambeu a rocha com sua língua de fogo
A rocha?
Convidou-me a sentar-se a sua sombra
Gesto que humano nenhum seria capaz de representar
Então veio um tremor
A pedra chorou...
Despediu-se de mim
“E hora de cada um seguir o seu caminho”
E rolou penhasco abaixo
Eu chorei de saudades da pedra,
E pensei, quem me dera
Se nos dias de vento assoviasse feliz junto da pedra
Nos, de chuva e sol, tivesse me importado
E calçado à base da pedra.
Não estaria hoje dizendo adeus,
E findaríamos nossos dias ao mais diminuto pó
E nos uniríamos por toda eternidade
Hoje?
Hoje eu sou rocha. Assovio,
Sirvo de abrigo à chuva e sol,
Até que um dia feliz, role
Para os braços do pai,
Para o descanso eterno...

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