10 de mai. de 2018

Jornada

Sigo as pegadas de meu Pai
Desde as imensas dunas de areia,
Passando por escombros gregos,
Milenares e sagrados samsaras
Até o incomensurável infinito
Recolho espalhado pelo chão
Textos e recortes que não são em vão
Afixo eles no alto das abadias
Mesmo correndo o risco de ser tachado de herege
Mais perpetuo continuamente o meu achado
Ontem estava na beira do mar,
Fito no horizonte sem fim
E me veio nas águas mais uma iluminação
Iluminação é destas coisas que não se pede
Simplesmente se recebe de bom grado
Pois não deve ser assim a vida?
Porque as vezes, se tem a gana e vontade
De possuir esta sabedoria
Tal qual as águas do oceano
Tal qual os grãos de areia do deserto
E debalde lhe escorrem pelos dedos
A busca ela deve existir, assim pura!
Igual água, abundante e límpida
Não carece de existir pacto nenhum
Pois só de nele pensar
Já está feito
Pensamento é coisa perigosa
Palavra então nem se fala!
Pois falou... Atado está...
Hoje estou aqui no caminho do poente
O sol me dita as regras
A noite a lua
Em dias de chuva, a benção do céus
E assim segue-se a jornada
Uma busca incessante e sem fim
Onde há o desvelar e também o ensinar!!!